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ENTREVISTA: GUILHERME FONSECA
Tiago Ferreira julho 28, 2017 0
Guilherme Fonseca é humorista, apresentador e guionista. Neste momento apresenta o Curto Circuito da Sic Radical bem como o Swing do Canal Q. Admite que a sua paixão é o humor e que não aceitaria apresentar um programa daytime. Nesta entrevista, refere que lhe falta fazer muita coisa e adianta que tem novo espectáculo de comédia no Porto já em setembro.
Olá Guilherme Fonseca. Antes de mais um obrigado por esta entrevista. E para aquelas pessoas que não o conhecem, quem é o Guilherme Fonseca?
Opá, que bela pergunta. Obriga-me a responder na terceira pessoa e fica sempre bem. Ora, o Guilherme Fonseca é um indivíduo que acredita tanto em Deus como na Segurança Social, e cuja grande paixão é o humor. Mesmo. Se num incêndio, o Guilherme tivesse de optar entre salvar as suas gatas ou o humor, o Guilherme salvaria o humor.
Licenciou-se em "Escrita de Argumento" e durante vários anos foi guionista em diversos programas televisivos. Como surgiu essa paixão pela escrita?
Ainda sou guionista, é aliás a base de todo o meu trabalho e sempre será. Escrevo para o DDT na RTP, escrevo para o Inferno e para o Swing do Canal Q e tenho trabalhos esporádicos como free lancer para outros canais/programas. A paixão da escrita vem do momento em que percebi que a escrita é a base de tudo o resto. A minha opinião é a de que mais vale ser mau em palco com um texto brilhante do que ao contrário.
(Créditos: Facebook Guilherme Fonseca)
Programas como "5 Para a Meia Noite", "Ídolos" e "Última Ceia", foram alguns programas que fazem parte do seu currículo. De que forma escrever para formatos diferentes pode ser desafiante para um guionista?
É óptimo porque te obriga a adaptares-te. Nunca quis ser só uma coisa, ou um guioista de só tipo de coisa. Haverá sempre algo em que sou melhor mas quanto mais experimento, melhor fico.
Desde 2006 que o Stand Up faz parte da sua vida. Como surgiu esta paixão pelo humor?
A paixão pelo stand up nasceu quando vi um especial de stand up na televisão e fiquei apaixonado. Já tinha visto o 'levanta-te e ri' e programas do género mas foi quando vi o special, de um comediante, que percebi como se podia explorar um espectáculo inteiro e fiquei com vontade de experimentar. Ajudou a plantar o bichinho.
(Créditos: Facebook Guilherme Fonseca)
Tirei um curso de escrita de humor nas Produções Fictícias e uns meses mais tarde, quando a empresa abriu o canal Q, chamaram-me para ser estagiário e comecei por aí. Abre portas nem que seja porque te dá experiência e visibilidade (mesmo sendo um canal de cabo). Além disso, nos primeiros meses em que trabalhei no Canal Q fiz um programa chamado Caça Ao Cómico, apresentado pelo Rui Unas, que foi um autêntico workshop de tv. O Unas é dedicado, inseguro e perfeccionista da maneira que gostaria um dia de ser.
Como apresentador, ficou conhecido ao apresentar o programa "Inferno" no Canal Q. Como foi escrever e apresentar, ao mesmo tempo, este programa diário? Obstáculos, teve?
Foi um desfio muito divertido. É um prazer enorme poder escrever para mim próprio em tv (algo que só tinha feito em stand up). Normalmente escrevesse para outros (que tem a sua maneira de ver e dizer o texto) e ao escrever e apresentar foi como se pensasse sempre a coisa com princípio, meio e fim, não como uma das partes de uma máquina maior. Ajudou muito a que hoje em dia, ao escrever para o Aurélio Gomes (que apresenta o Inferno actualmente), tenha mais noção do que ele precisa que o texto tenha.
Ainda como apresentador, colabora como argumentista e apresenta o programa 'Swing' no Canal Q? Como está a ser este projecto? Que tipo de programa é o 'Swing'?
O Swing é, à falta de melhor descrição, uma rebaldaria. É um prazer fazê-lo. Nem no Graças a Deus tive tanta liberdade como no Swing, e olha que tive muita. Quando me convidaram só me disseram “tens 50 minutos para fazer o que quiseres, com a apresentadora que quiseres”. Escolhi imediatamente a Bumba Na Fofinha (de quem sou fã) e construímos os dois um programa a partir do zero. Onde é que essa liberdade existe no audiovisual em Portugal? Só no Canal Q.
(Créditos: Facebook Guilherme Fonseca)
O Stand up é outra das vertentes exploradas pelo Guilherme, como falamos à pouco. O palco continua a ser o local onde se sente mais à vontade? O facto de ter a reação direta do público é mais estimulante?
Sim, é mesmo isso. O facto de ter a reacção imediata, ao vivo, ao que escrevo e digo, faz do stand up a minha vertente favorita. É incrível que as coisas que eu penso e escrevo num caderninho moleskine, quando subo a palco e as digo, tenham uma reacção tão visceral e genuína de tantos estranhos. É mágico.
Enquanto apresentador, o programa "Curto Circuito" certamente o marca. Atualmente apresenta este programa diário. Agora pergunto-lhe como é que surgiu o convite para apresentar no programa? É um programa que lhe dá um certo "gozo"? Sente-se à vontade em frente a uma câmara?
O convite nasceu do Pedro Paiva e do Jorge Amaral, da Sigma 3 (a produtora do CC). Eles andavam comigo debaixo de olho há uns anos e quando surgiu a oportunidade, puxaram-me para lá. Há sempre o peso da história do programa nos ombros, mas aqueles 50 minutos de televisão, em directo, são a loucura mais saudável que já vi. O CC é um programa especial, duvido que alguma vez apareça outro igual, porque é tão “solto” que te obriga a seres tu, mesmo que não queria. O CC é onde se descobrem ou estrelas ou os carecas.
Certamente será uma pergunta difícil, mas se pudesse escolher entre Humorista ou Apresentador qual escolheria?
Não acho que sejam opostos um do outro mas humorista é a minha base. De personalidade e de formação.
João Paulo Sousa e Maria Botelho Moniz foram dois apresentadores do "Curto Circuito". Atualmente podemos os ver a substituir apresentadores no daytime. Se lhe convidarem para acontecer o mesmo aceitava?
Acho que não. Só mesmo por muito, muito dinheiro. Não acho que os programas de daytime estejam feitos, pensados ou montados, para terem um humorista a apresentar.
(Créditos: Facebook Guilherme Fonseca)
Fora do écrã também teve outros projectos na rádio. Como foi ser humorista/locutor no Progama da Joana Gama na rádio na Mega Hits? Rádio é uma vertende que gostava outra vez de experimentar?
Sim, não fecho essa porta. A rádio (e os podcasts) estão fortíssimos e as pessoas ouvem cada vez mais fora do carro e do trabalho. A isso diria que sim, nem precisava de uma oferta como a do daytime.
Enquanto profissional, o que lhe falta fazer?
Ui, tanta coisa. Esgotar uma grande sala. Fazer uma grande tour. Actuar noutra língua. Actuar noutro país. Apresentar um programa num grande canal. Ter um projecto mediático noutra plataforma que não a tv. Continuar a fazer crescer as minhas páginas na internet. Dar um workshop. Escrever um livro. E aprender, falta-me aprender tanta coisa.
Falando agora sobre o teu futuro. Que projectos tens agendados?
O meu novo espectáculo, Morrer Estúpido, que vai estrear a 9 de Setembro no Porto, e vai andar por mais salas do país. Gostava muito que as pessoas me vissem ao vivo e se divertissem. Olha aí o link maroto, olha: https://ticketline.sapo.pt/evento/morrer-estupido-20832
(Créditos: Facebook Guilherme Fonseca)
Guilherme muito obrigado por esta entrevista e desejo o maior sucesso para a tua carreira.
Obrigado eu. São 200 euros, por favor.
'MAIS NOTÍCIAS' ENTREVISTA - Edição 3
Convidado: Guilherme Fonseca
Entrevistador: Tiago Ferreira
Produção: Tiago Ferreira
Produção: Tiago Ferreira
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